terça-feira, 20 de janeiro de 2009

A leitura como fator de desalienação

A leitura como fator de desalienação


Para a grande maioria dos seres humanos, o ato de refletir sobre a vida e sobre o mundo que os rodeia se torna um grande exercício desafiador, talvez por falta de interesse ou na maioria das vezes por falta de coragem, por medo de se deparar através de suas reflexões com um mundo onde os valores morais e éticos já não são tão importantes para uma sociedade movida apenas e simplesmente pelo capital. À alienação predominante que consome grande parte da população encontra seu contraponto na leitura que age na vida do ser humano como grande facilitador do processo de desalienação, construindo e contribuindo para a formação de novos conhecimentos. Pretende-se então, através da leitura, fazer com que o ser humano consiga além de adquirir novos conhecimentos, também estruturar suas idéias no intuito de se integrar e realmente fazer parte de uma sociedade, não apenas como mais um indivíduo, mas sim como um ser humano consciente de seus atos e deveres para com a mesma, resgatando a cidadania de outrora, criticando os valores que nos são impostos por uma sociedade extremamente consumista e promovendo a integração social.
Podemos através da leitura tentar solucionar grande parte do problema gerado pela tecnologia que se constituiu em pilar dessa sociedade de consumo. Como resultado dessa alienação virtual vemos crescer o desinteresse pela leitura afetando não só os jovens, mas também os profissionais que fazem da cultura a sua profissão. Temos como cerne do problema do desenvolvimento cultural mesquinho a atuação dos profissionais pouco engajados com a Educação, que deveriam ter como base e como responsabilidade, além do letramento, a construção ou a transformação da sociedade com o objetivo de resgatar os valores éticos contribuindo para um mundo mais justo e igualitário. É válido ressaltar ainda o papel da família na “construção intelectual” desse jovem tendo em vista que é seu dever, não deixando apenas por conta do Estado e da mídia.
Enfim, cabe ao cidadão consciente, atuante nas mais diversas áreas, alertar aos jovens para que reivindiquem a quem for cabido, seja a família, a escola ou até mesmo ao Estado os direitos e os deveres que devem ser conhecidos pelos mesmos. Reiteramos a importância da leitura neste processo. Gasta-se mais com futilidades muitas vezes impostas por uma indústria televisiva e francamente massificante do que com consumo de livros. Mais do que isso, o jovem entra mais em lan-houses do que nas bibliotecas públicas onde o acesso ao conhecimento faz-se gratuitamente. Segundo Carvalho e Gesteria (2006) “ A biblioteca é considerada [...] um dos mais antigos sistema de informação existentes na história da humanidade e é considerada pólo de irradiação cultural de grande significação. A biblioteca assim como as livrarias tem por objetivo inerente ao seu papel atrair o leitor para o hábito da leitura, enquanto às famílias cabe o importante papel de atuarem conjuntamente para a divulgação e a promoção da leitura e da educação no país.

Livraria Finca Barroca

Gelson Pereira de Araújo Dias
Professor de História pela UEMG
Especializando em História da Arte pela PUC Minas

João Paulo de Souza Andrade
Professor de História pela UEMG
Mestrando em Educação pela Universidade Tecnológica da Argentina

2 comentários:

  1. ótimo texto
    parabéns
    que o blog tenha longa vida
    assim como o hábito grandioso e prazeroso que é ler!!!!
    abraços

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  2. Realmente a leitura deve ser exercitada para ser instigada.

    Como sempre carrego comigo: Somos frutos do que nos alimentamos!

    Maior exemplo disso, como muito bem dito por vcs: a sociedade de hj, que é apenas o reflexo do que há tanto tempo está absorvendo - o vazio do "muito e rápido" que pouco se aprofunda e sente.

    Manipulação = não informação e formação.

    Alienação = acomodação do pensar.

    Importante pôst! Parabéns pela ousadia e coragem de falar desta latente e alertante carência!

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